Apenas um lugar para chamar de Seu
Porto Alegre, cidade linda, bem ensolarada,
cheia de vida, divertida e arborizada, porém há cantos da cidade que o sol não
chega, sempre é noite, sempre há choro, sempre há tristeza, estou falando da
triste realidade que os moradores de rua enfrentam, são humilhados todos os dias,
desprezados e maltratados, azarados q não tiveram oportunidades de serem
felizes.
Pessoas tão ocupadas passam por eles espiadas,
comparando-os com ratos, com medo de serem assaltados, talvez por causa de sua
aparência feia, pois está levando nas costas dor e sofrimento de um bom tempo,
suas roupas sujas e seu mau cheiro provoca indignação em muita gente que tem que
ficar próximo por algum motivo. Semana passada eu pude passar por uma experiência
que se encaixa perfeitamente no contexto, uma mulher entrou no ônibus com a
roupa toda suja e com um odor muito forte, ficou cheia de olhares desprezados,
idosas ignorantes que a olharam como se fosse uma drogada, viciada, impura e
abusada, sem ao menos conhecerem seu passado, pobre mulher que nem se quer falou
uma palavra. Está semana ouvi relatos de uma amiga muito querida, que estava
saindo de uma festa com seus amigos, quando eles avistaram um morador de rua,
um deles ergueu uma pedra mais pesada que ele próprio e iria jogar acertando em
cheio a cabeça do morador de rua provavelmente o matando, antes de cometer tal
crueldade minha amiga num gesto rápido gritou não ao tal amigo, e ele jogou
mesmo assim, porem acertando nas costas do morador de rua que só dormia, se ela
não tivesse tomado uma atitude rápida, apenas uma palavra, talvez um ser humano
fosse assassinado por um jovem mimado que não sabe dar valor a nada, e o triste
é saber que o pobre homem não podia se defender, estava dormindo, e foi
maltratado por não ter onde morar.
Ninguém quer sofrer, ninguém quer ser só,
todos temos um sonho base que é ter a casa própria e eles também, não são diferentes
de nós, também são humanos, também tem desejos, também sonham, eles não querem
viver nas ruas, não querem ser como animais de esgoto, nem comer lixo pra
sobreviver, nem pegar chuva, nem sentir frio, eles querem apenas um lugar para
chamar de seu, onde possam descansar com segurança, onde possam construir uma
família e talvez dar um futuro para seus filhos, pequenos anjinhos sem assas
que devem sonhar que um dia terá tudo aquilo que a criança mimada da rua que
passa cheia de brinquedos na mão chorando que queria mais.
Segundo
o site CBN, no artigo, “Justiça condena Porto Alegre a ampliar vagas para
moradores de rua," a Justiça do Rio Grande do Sul determinou que a Prefeitura
de Porto Alegre deverá ampliar o número de vagas em abrigos para moradores de
rua. No prazo de um ano, deverão ser construídas duas casas para idosos com no
mínimo 10 vagas, e duas repúblicas de pelo menos 40 vagas. Já em dois anos,
outras duas repúblicas de ao menos 40 vagas devem ser construídas, e um abrigo
com vagas para cinco famílias no mínimo. Além disto, a prefeitura deverá
entregar à população uma casa para atendimento destinadas a pessoas com alta
hospitalar e necessidade de cuidados especiais, com no mínimo oito vagas.
O MP
alegou que há pouco mais de 300 vagas entre albergues e abrigos em Porto
Alegre, número que segue praticamente inalterado desde 2007. O órgão argumentou
também que não há pensão destinada a pessoas com transtorno mental em situação
de desamparo.
Mas
será que isso resolverá o problema?
O site da rádio Gaúcha nos enforma no artigo, “Fasc
começa operação inverno e abre mais 93 vagas em albergues da capital”, que
porto alegre possui três albergues, o municipal, o dias da cruz e o Felipe Diehl,
mais quatro abrigos somando em media 600 vagas no total, porem a estimativa é que
existam 1400 pessoas morando nas ruas de porto alegre.
Além das pouquíssimas vagas que oferecem nos
albergues há muitos moradores de rua que não querem ir até os albergues, pois
tem que tomar banho, acordar cedo e não podem consumir drogas.
Este problema está longe do fim, mas não
devemos desistir da nossa gente, é necessário investir na educação das crianças,
inclusive as que moram nas ruas, é preciso investir no jovens, ocupando-os com
cursos e oportunidades de emprego que não sejam escravistas, assim construindo
pessoas dignas, trabalhadores honestos, e talvez assim consigam um lugar para
chamar de seu e deixem as ruas.
O homem tolo chora pelo egoísmo da alma e
paga com gritos de dor.